História
Seara é uma freguesia do concelho de Ponte de Lima, com 4,00 km² de área e 714 habitantes (2011). Para além disso, apresenta uma densidade populacional de 178,5 hab/km². Tendo por base os Censos 2011, existem 365 mulheres e 349 homens como população residente, distribuídos por 216 famílias e por 282 alojamentos.
Situada na margem esquerda do rio Lima, sem contudo chegar até ao mesmo, donde dista menos de 1 km, Seara está a cerca de quatro quilómetros da sede do concelho. Tem por freguesias limítrofes: a norte, Correlhã; a sul, Facha; a nascente, Correlhã e Rebordões-Santa Maria, e a poente, Vitorino das Donas. Compreende os seguintes lugares que agora se transformaram também em nome de ruas: Abelheira, Bouça, Bouças, Carvalheira, Côvo, Giesta, Guerra, Nabais, Outeiro e Seara.
Esta freguesia já existia do século XII para o XIII, embora com denominação diversa. De facto, pela localização limítrofe das de Vitorino das Donas e Facha (com as quais compõe, de resto, um belo ninho geográfico), pelo orago (S. Mamede) e até pela transcrição Padela, certamente errada (por Paradela), nas Inquirições de 1258, deve seguir-se, com segurança, que esta freguesia de Seara, também em tempos chamada Paradela da Seara, corresponde à paróquia medieval de S. Mamede de "Padela" (Paradela), existente no pequeno julgado mediévico de Santo Estêvão já em pleno século XII.
Sobre o seu remoto povoamento existem argumentos definitivos, desde a arqueologia local até à toponímia antiga e moderna. O próprio topónimo Seara, conquanto pareça moderno, não o deve ser: no português antigo, significava não só terra de pão e vinho, definição corrente nos documentos medievais, mas também toda e qualquer propriedade, fazenda ou pertença de herdade.
Outros atestados concretos de antiguidade a justificarem destaque serão a vizinhança com a vila herdeira do Forum Limicorum sob os Romanos (isto é, Ponte do Lima) e com a Correlhã (chamada Cornelhã, de Corneliana, “vila” de Cornelius), nitidamente de origem romana, e a cujo couto compostelano pertenceria algum tempo esta paróquia. A vizinhança do monte da Nó (Nahor) e do “castelo” da Facha, ou de Santo Estêvão, com suas estâncias castrejas, tem igual significado.
Existem em Seara, testemunhando tempos passados de uma certa prosperidade senhorial ou burguesa, algumas residências brasonadas, de algum aparato, como a Casa Grande, a de Nabais e a Quinta do Bom Gosto. Esta última resultou da vontade de um rico brasileiro local que a iniciou em 1891. Trata-se de um enorme casarão, sem qualidade pitoresca amálgama de estilos, em que se descobrem estruturas e ornatos de arte gótica e muçulmana, renascentista e barroca, etc..., mas que não deixa de ser uma razoável manifestação do gosto revivalista do tempo, mormente no seu portal principal.
As acessibilidades que servem a freguesia, ao nível rodoviário, são compostas pela proximidade um I.P., pela E.N. 202, pela E.N. 203 e por carreiras de transportes públicos que se efectuam diariamente.
De mencionar também a Associação Desportiva e Cultural de Seara, a qual tem contribuído para a revitalização da freguesia, designadamente na área do desporto.
Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Freguesias- Autarcas do Séc. XXI, Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo.
Adaptado do site FreguesiasdePortugal.com